Tuesday, November 07, 2006

Economia nacional "vai crescer muito a partir de 2007" - Ramos-Horta

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Díli, 07 Nov (Lusa) - A economia timorense "vai crescer muito a partir de 2007", face às medidas de incentivo ao investimento que vão ser tomadas, designa damente mediante a adopção de benefícios fiscais, disse hoje à Agência Lusa o pr imeiro-ministro Ramos-Horta.
"O governo está a prosseguir activamente, agressivamente, algumas política s de reforma de toda a política fiscal. Vamos poder eliminar alguns impostos, re duzir outros, e criar incentivos para o sector privado, como por exemplo, facilitar ao sector privado internacional criar aqui uma empresa de seguros", anunciou .
José Ramos-Horta, que falou à Lusa no intervalo de um seminário promovido pelo Banco Mundial e pela International Finance Corporation (IFC), acrescentou q ue se não for possível aos investidores estrangeiros criar uma companhia de seguros, "o governo vai procurar outras alternativas, com a intervenção do próprio E stado".
"Vamos continuar o processo de simplificação que estamos já a fazer para o registo de empresas e também para a execução do orçamento", destacou.
Os efeitos da crise político-militar desencadeada em Abril na erosão da confiança dos investidores externos são reconhecidos pelo chefe do governo.
"Compreendemos perfeitamente que os acontecimentos nos últimos meses no pa ís não são conducentes a um investidor arriscar. Mas o que digo é que a crise que atravessamos, uma crise de crescimento, resulta do nosso processo de aprendiza gem, e se ao aprendermos cometemos erros, também ao aprendermos com os nossos er ros vamos reconquistando a confiança da comunidade internacional", salientou.
"Creio que Timor-Leste vai ter um arranque económico muito grande em 2007" , defendeu.
Os efeitos da crise foram evidenciados a 20 de Outubro pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
Em comunicado de imprensa, o FMI disse que antes da crise, "Timor-Leste tinha tido um bom progresso em estabelecer as bases para uma economia estável e sa udável", acrescentando que a riqueza petrolífera e de gás "se usada com efectividade oferecia o potencial para um futuro significativamente mais próspero".
"Infelizmente a crise constituiu um golpe ao ímpeto de crescimento", acrescenta o comunicado, resultado da estada no país de uma delegação do FMI, que manteve consultas com "o governo, sector privado e sociedade civil".
"A missão é da opinião que na sequência da crise, o crescimento económico em 2006 deverá ser de certo modo negativo, apesar do esperado aumento das despes as públicas e da ajuda internacional do final do ano", refere o documento, que f az notar que a crise provocou um aumento de inflação o que resultou na "deterior ação da competitividade internacional".
O FMI fez notar que as suas estimativas indicam que será preciso um crescimento anual de sete por cento "ou mais" para se reduzir "significativamente" a p obreza em Timor-Leste e sublinha que "a longo prazo, o crescimento e a criação d e empregos tem que ser proveniente do sector privado não petrolífero".
"Para esse fim é necessária uma acção concertada para se criar um ambiente favorável ao negócio, incluindo a adopção da necessária estrutura legal e a redução da burocracia", lê-se no comunicado.Ramos-Horta está, todavia, optimista: "Há muitos investimentos que estão a chegar, que já aprovei nessas últimas semanas", projectos que totalizam cerca d e 90 milhões de dólares.
Num comunicado de imprensa distribuído em Outubro pelo seu gabinete, Ramos -Horta salientou que "passados apenas três meses desde a tomada de posse", os investidores estrangeiros "voltam a demonstrar um profundo interesse em Timor-Leste.
EL/JP-Lusa/Fim

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